Our Shared Shelf - livro de Maio




O livro escolhido para Maio no grupo de leitura Our SharedShelf foi o “The Argonauts” da Maggie Nelson. Infelizmente, não o encontrei disponível para venda em português nem em brasileiro.


The Argonauts é um livro de não-ficção que retrata a vida de Maggie enquanto companheira de Harry Dodge, um artista que se assumiu como tendo “género fluido”, ou seja, uma pessoa que não adopta apenas um género (masculino ou feminino), mas ambos. 

All about them books (Paródia)

Com certeza, já todos ouvimos falar da "guerra" entre os amantes dos livros em papel e os livros digitais... Pois estas miúdas tiveram uma ideia fantástica e criaram uma paródia usando a música "All about the bass" da Meghan Trainor...


Vejam o vídeo!


Prémios Pulitzer 2016

Os vencedores deste prémio que consagra o jornalismo e as artes nos Estados Unidos foram anunciados ontem! 

O jornalismo focou-se muito na crise dos refugiados (as fotografias são incríveis -- como sempre -- algumas lindíssimas, ainda que a mostrar uma realidade tenebrosa).






Os livros deixaram-me bastante curiosa... São eles:

FICÇÃO
The Sympathizer, por Viet Thanh Nguyen (Grove Press)
Um conto de imigração em tom irónico, contado por um homem de duas caras e dois países: Vietname e Estados Unidos.

BIOGRAFIA ou AUTOBIOGRAFIA
Barbarian Days: A Surfing Life, por William Finnegan (Penguin Press)
Um livro de memórias sobre uma obsessão juvenil que impulsionou o autor para uma ilustre carreira de escritor.

HISTÓRIA (dos EUA, pois está claro!)
Custer's Trials: A Life on the Frontier of a New America, por T.J. Stiles (Alfred A. Knopf)
Uma nova e surpreendente narrativa da viagem do icónico soldado americano cuja morte não foi o ponto alto da sua vida.

POESIA
Ozone Journal, por Peter Balakian (University of Chicago Press)
Poemas que testemunham as antigas perdas e tragédias que sustentam uma era global de perigo e incerteza.

NÃO-FICÇÃO
Black Flags: The Rise of ISIS, por Joby Warrick (Doubleday)
Um livro que relata com uma nitidez notável como a falha de raciocínio para a Guerra do Iraque levou ao crescimento explosivo do Estado islâmico.



Vejam os prémios todos aqui: 


Austrália - Venda de bolos acaba em ameaças de violação e morte

Num campus universitário australiano, foi organizado uma venda de bolos (ou melhor, queques) cujo principal objectivo era alertar para as diferenças entre os salários dos homens e das mulheres. Assim, todos os homens pagavam $1 pelo seu bolo enquanto que as mulheres pagavam apenas o correspondente proporcionalmente ao salário dos homens, dependendo da classe social em que se inseriam. Traduzindo por miúdos, enquanto que os homens pagavam $1 pelo queque, uma mulher negra, por exemplo, pagaria apenas 55 cêntimos.


Ora segundo a notícia divulgada AQUI, o resultado desta venda de bolos feminista foi um monte de comentários violentos na página pública do evento, nas contas facebook e de e-mail pessoal das organizadoras, em que se incluíam frases como:
"Matem todas as mulheres!"
"As fêmeas são escumalha, deviam ser abatidas enquanto bebés."
entre outras, bastante mais ofensivas (vejam a notícia no The Guardian para saberem os restantes comentários ofensivos e ameaças de violação e morte).

E isto porque se sentiram ofendidos com o facto de terem de pagar $1 pelos queques.

Tenho duas perguntas:
- Depois de ler esta notícia, alguém fica com dúvidas que ainda há muito para fazer pelo feminismo?
- Os tipos ofendidos por pagar $1 por queque não ficariam mais ofendidos se ganhassem apenas 55% do salário?

Como mentir com a estatística

Não consigo deixar de pensar na quantidade de informação espectacular que este livro tem! (Escusado será dizer que o classifiquei com 5 estrelas no Goodreads...)
Quando acabei de o ler, cheguei à conclusão que são 165 páginas de lições sobre "como ler nas entrelinhas"! Não é preciso ter um mestrado em matemática ou em estatística para perceber o livro, já que o autor explica tudo. A linguagem é simples e os exemplos dados são reais, apesar de um pouco desactualizados, já que a primeira edição deste livro data de 1954.


Depois da ensaboadela de Darrell Huff, nunca mais vai olhar para um gráfico num jornal ou revista da mesma maneira. Nunca mais vai confiar na palavra "média" se não lhe forem dadas mais informações. Enfim, tornar-se-á um leitor mais atento, ou seja, será mais um de uma percentagem ínfima da população que não se deixa manipular pelos meios de comunicação.
Uma leitura a não perder!