The Cranes Dance

Novas aventuras a preparar para o ano 2017:
ir à Biblioteca e aprender a requisitar um livro para leitura domiciliária!


Fiquei fascinada, é tudo automatizado! Escolhemos o livro algures nos 3 andares da Biblioteca, na entrada pousamos o livro em cima de um ecrã que lê o codigo de barras do livro, o código de barras do nosso cartão da bilbioteca e desactiva o alarme. É impresso um talão com a data de devolução e podemos sair!
Uma biblioteca feita para pessoas com pressa é mesmo a minha onda :-D

No país das últimas coisas



Apesar de ser um livro pequeno, precisei de tempo para o ler porque é uma história sombria, uma desgraça, uma distopia, um mundo desumano onde só se tenta sobreviver… 
Tendo em conta que eu própria atravessei um período difícil e sombrio, este livro foi encostado durante fins-de-semana inteiros e lido em pequenas doses. A história interessava-me, mas incomodava-me: Anna aterra num cenário quase pós-apocalíptico para ir em busca do seu irmão desaparecido. Falou-se muito de morte, fome, violência, degradação da espécie humana – tudo em forma de carta, na primeira pessoa.
O tempo foi passando, e eu consegui chegar ao fim do livro. Gostei muito! A escrita de Paul Auster começa a ser uma das minhas favoritas, até agora gostei de tudo o que li dele e dou-me bem com a forma como ele apresenta as histórias, cria os enredos e constrói as personagens.

e depois da pausa...

A Tuanita normalmente não tem 5 meses de férias, mas desta vez foi preciso.

A nossa família sofreu um abanão e como se isso não fosse agitação suficiente, eu mudei (mais uma vez) de país e de trabalho. Só agora é que me começo a sentir outra vez em casa, e ainda bem, porque é tempo de voltar: aos livros, ao feminismo e à cultura.



Puxa, senti falta deste blog…

A Tuanita vai de férias

O blog vai de férias durante o mês de Julho.
Não prometo grandes leituras, porque preciso de descansar e recuperar de alguns acontecimentos trágicos, mas prometo tentar recuperar energias para o regresso.
Até breve, amigos!

What's in your genes?



Adorei este livro!!
A Katie McKissick explica os conceitos básicos da genética de uma maneira muito simples e muitíssimo engraçada! Durante a leitura deste livro, eu senti-me como se estivéssemos sentadas numa esplanada a beber um café enquanto ela me explicava os meandros da vida do DNA e dos cromossomas. Era exactamente o livro que eu estava à procura com a quantidade perfeita de humor.
Eu recomendo este livro a todos os principiantes que querem aprender mais sobre genética!

Genética para principiantes

Um exemplo perfeito de como a Katie McKissick escreve sobre genética de forma simples e com muito humor:

«May we never forget that biology is a complicated, messy, random process that has found several ways for dealing with sex and reproduction (and just about every other bit of life business). There is really no rhyme or reason for any of it. If it works, it works. If it doesn’t, you die. That’s pretty much the only rule in nature that applies all the time.»

retirado do livro What's in your genes da Katie McKissick



Hereges



Este livro está dividido em 4 partes: o livro de Daniel, o livro de Elías, o livro de Judith e Génesis. 
Se todas as partes tivessem sido escritas como o livro de Elías, eu elegia-o como o melhor livro do ano!
Mas não foram, e eu até compreendo... Porque o livro de Elías retrata a vida de um aprendiz de pintor e passa-se no século XVII. É a parte mais bonita de todo o romance porque fala sobre arte, luz, pinturas e pigmentos, fala sobre religião, crenças e heresias e fala de amor. É lindo! Só a conversa que o "Mestre" (Rembrandt) tem com o aprendiz sobre liberdade é um verdadeiro assombro...
O resto da história é dedicada ao detective Mário Conde, à sua vida privada e às tentativas para revelar os mistérios e tramas de que é incumbido de resolver. 
Aprendi imenso sobre Havana, sobre Rembrandt (fui ao Google ver todas as obras de que o livro fala, para poder acompanhar melhor as descrições de cor e luz), aprendi muito mais sobre os judeus e percebi que sou uma inculta no que diz respeito à história deste povo. Quero mais!
Acho mesmo que estas 542 páginas me deixaram mais rica! E nem todos os livros nos deixam assim...

Our Shared Shelf - livro de Junho

O aclamado livro Persepolis da Marjane Satrapi foi o escolhido para o mês de Junho no clube de leitura da Emma Watson, Our Shared Shelf.


Trata-se um livro de memórias em forma de banda desenhada que retrata
-- a infância e o crescimento de Satrapi no seio de uma grande família em Teerão, durante a Revolução Islâmica;
-- as contradições entre vida privada e vida pública num país assolado pela agitação política;
-- os anos passados num colégio em Viena enfrentar as provas da adolescência longe da sua família;
-- o seu regresso a casa - ao mesmo tempo doce e terrível;
-- e, finalmente, o seu exílio auto-imposto de sua querida pátria.

É uma crónica provocadora, observadora e sincera, muitas vezes dolorosa e com um humor cru. Persepolis é um trabalho impressionante de uma das artistas gráficas mais conceituadas actualmente.

Leitura Dinâmica



É bem verdade. E por isso há alturas em que me interrogo sobre a minha velocidade de leitura e se ela será suficiente para eu conseguir ler todos os livros que quero antes de morrer… (já sei que não, porque o número de livros não é constante no tempo – e não, não diminui – e parece que a velocidade de leitura é…)

A minha pesquisa neste assunto limitou-se a tentar perceber qual era a média de leitura (digo-vos já que a resposta é: entre 200 e 250 palavras por minuto), a fazer vários testes disponíveis na net e ver se estava dentro da média. E (guess what…) estou. O que é uma grande chatice, convenhamos.

Mas eis senão quando me deparo com este artigo fabuloso sobre inconvenientes da leitura dinâmica ou rápida… ou ultrarrápida, porque aparentemente há quem leia o “Harry Potter e os Talismãs da Morte” em 47 minutos…

O autor do artigo cita estudos científicos publicados e defende que a leitura dinâmica de ficção e não-ficção não permite a retenção da informação:
“Devemos questionar-nos se a leitura rápida é de todo uma aspiração saudável. Os leitores dinâmicos não veem o que está na página, eles leem o que querem ver. O que talvez explique porque é que esta prática continua a prosperar. Deve ser muito bom devorar um livro em meros segundos e descobrir que falava do que já se sabia. Mas isso é praticamente o oposto de aprendizagem.”

Resumindo numa só frase dita pelo Woddy Allen nos anos 60:
Eu fiz um curso de leitura rápida daqueles em que percorres o centro da página de um livro com o dedo e fui capaz de ler o «Guerra e Paz» em 20 minutos. Era sobre a Rússia.

Leia o artigo completo aqui.

sobre o ódio aos judeus

"A missiva [...] era uma constatação expressiva de como o medo invade um indivíduo quando as forças desencadeadas e manipuladas de uma sociedade o escolhem como inimigo e lhe negam o recurso de apelação, neste caso apenas por professar determinadas ideias que outros, a maioria manipulada por um poder totalitário, assumiram como perniciosas para o bem comum."

do livro "Hereges" de Leonardo Padura

O Bibliomóvel de Proença-a-Nova



Em Poença-a-Nova, Nuno Marçal é o bibliotecário que se desloca numa carrinha para prestar o serviço de “biblioteca móvel” nas áreas mais desertificadas desse concelho. Esta biblioteca itinerante surgiu em 2006, integrada nos projetos de combate à pobreza e ao isolamento na região que surgiram na sequência dos grandes incêndios de 2003.

Tem cerca de 800 livros disponíveis para empréstimo, para além dos jornais diários e de um computador com acesso à internet dentro da carrinha.


Leia mais sobre este projeto apaixonante no Diario deNotícias.

O que é um Grupo de Leitura?

Tanto se podem chamar de Grupos de Leitura, Clubes de Leitura, Clubes Literários, e por aí adiante. Estes “ajuntamentos” de pessoas começam simplesmente por marcar uma data para discutir um livro.


Se imagina um grupo de leitura como 4 pessoas com óculos “fundo de garrafa” sentadas à volta de uma mesa com bolachas bafientas e chá morno e acre… Desengane-se! O grupo de leitura feminista da Emma Watson é um exemplo de quantos milhares de pessoas podem participar ao mesmo tempo (mais de 123 mil)! O grupo de leitura da Oprah Winfrey é outro exemplo!

Depois de me lamentar que é um infortúnio que este tipo de modas não pegue em lado nenhum perto do sítio onde vivo, resolvi fazer uma pesquisa no Google e fiquei… não se hei-de escrever “extasiada” ou “chocada”…
Eu subestimei completamente o potencial da internet neste tipo de fenómenos! Não só há imensos grupos de leitura online, como há imensa informação sobre como organizar o grupo, onde reunir, como manter a discussão do livro acesa e qual a frequência ideal das discussões… há mesmo guias de discussão sobre determinados livros e ideias para temas mensais!

Se ficou com vontade de formar um grupo de leitura entre os seus amigos, no seu prédio, com os pais das outras crianças que andam na escola com o seu filho, aqui fica uma boa introdução:

Se preferir um grupo de leitura online, fique atento ao blog das Leituratonas, que está em vias de renascer das cinzas.

Supergirl - série de TV

Vi o primeiro episódio desta série e não consigo deixar de pensar em como é que às vezes eu me dou ao luxo de perder o meu precioso tempo com coisas inúteis...
Entre tapar a cara nas cenas ridículas e revirar os olhos quando a miúda tentava chorar mais com pequenos guinchos do que com as lágrimas, perguntei à minha cara-metade se estas séries sobre heroínas femininas são más de propósito...
Será que são?

Vou já começar por confessar uma coisa importante: eu não sou a melhor pessoa para apreciar séries de super-heróis. Os meus gostos pessoais recaem sempre em séries tipo Narcos, House of Cards ou Breaking Bad, alternadas com episódios de séries mais bem-dispostas e leves como Silicon Valley para não me fartar do drama.
Esta SuperGirl era uma candidata a série "mais bem-disposta e leve", mas não passamos do primeiro episódio. Aliás, quase nem sequer passávamos dos primeiros 15 minutos.

E eu pergunto: depois de anos de Lois & Clark (nos 90's) e mais não-sei-quantos anos de Smallville (anos 2000), esta série SuperGirl que começou em 2015 tem mesmo de ser tão má? É uma pena!
Depois penso no quanto isto alimenta o estigma de "séries com heroínas não valem a pena".
Depois penso no que eu própria senti quando vi o trailer do Batman V Superman e a Wonderwoman apareceu lá no meio... Guilty of charge! O sexismo também me toca. Nada melhor do que reconhecê-lo e lutar contra ele.

Conclusão: talvez vá ver o filme, afinal. Mas não vejo mais episódio nenhum da série, nem pensar.

Our Shared Shelf - livro de Maio




O livro escolhido para Maio no grupo de leitura Our SharedShelf foi o “The Argonauts” da Maggie Nelson. Infelizmente, não o encontrei disponível para venda em português nem em brasileiro.


The Argonauts é um livro de não-ficção que retrata a vida de Maggie enquanto companheira de Harry Dodge, um artista que se assumiu como tendo “género fluido”, ou seja, uma pessoa que não adopta apenas um género (masculino ou feminino), mas ambos. 

All about them books (Paródia)

Com certeza, já todos ouvimos falar da "guerra" entre os amantes dos livros em papel e os livros digitais... Pois estas miúdas tiveram uma ideia fantástica e criaram uma paródia usando a música "All about the bass" da Meghan Trainor...


Vejam o vídeo!


Prémios Pulitzer 2016

Os vencedores deste prémio que consagra o jornalismo e as artes nos Estados Unidos foram anunciados ontem! 

O jornalismo focou-se muito na crise dos refugiados (as fotografias são incríveis -- como sempre -- algumas lindíssimas, ainda que a mostrar uma realidade tenebrosa).






Os livros deixaram-me bastante curiosa... São eles:

FICÇÃO
The Sympathizer, por Viet Thanh Nguyen (Grove Press)
Um conto de imigração em tom irónico, contado por um homem de duas caras e dois países: Vietname e Estados Unidos.

BIOGRAFIA ou AUTOBIOGRAFIA
Barbarian Days: A Surfing Life, por William Finnegan (Penguin Press)
Um livro de memórias sobre uma obsessão juvenil que impulsionou o autor para uma ilustre carreira de escritor.

HISTÓRIA (dos EUA, pois está claro!)
Custer's Trials: A Life on the Frontier of a New America, por T.J. Stiles (Alfred A. Knopf)
Uma nova e surpreendente narrativa da viagem do icónico soldado americano cuja morte não foi o ponto alto da sua vida.

POESIA
Ozone Journal, por Peter Balakian (University of Chicago Press)
Poemas que testemunham as antigas perdas e tragédias que sustentam uma era global de perigo e incerteza.

NÃO-FICÇÃO
Black Flags: The Rise of ISIS, por Joby Warrick (Doubleday)
Um livro que relata com uma nitidez notável como a falha de raciocínio para a Guerra do Iraque levou ao crescimento explosivo do Estado islâmico.



Vejam os prémios todos aqui: 


Austrália - Venda de bolos acaba em ameaças de violação e morte

Num campus universitário australiano, foi organizado uma venda de bolos (ou melhor, queques) cujo principal objectivo era alertar para as diferenças entre os salários dos homens e das mulheres. Assim, todos os homens pagavam $1 pelo seu bolo enquanto que as mulheres pagavam apenas o correspondente proporcionalmente ao salário dos homens, dependendo da classe social em que se inseriam. Traduzindo por miúdos, enquanto que os homens pagavam $1 pelo queque, uma mulher negra, por exemplo, pagaria apenas 55 cêntimos.


Ora segundo a notícia divulgada AQUI, o resultado desta venda de bolos feminista foi um monte de comentários violentos na página pública do evento, nas contas facebook e de e-mail pessoal das organizadoras, em que se incluíam frases como:
"Matem todas as mulheres!"
"As fêmeas são escumalha, deviam ser abatidas enquanto bebés."
entre outras, bastante mais ofensivas (vejam a notícia no The Guardian para saberem os restantes comentários ofensivos e ameaças de violação e morte).

E isto porque se sentiram ofendidos com o facto de terem de pagar $1 pelos queques.

Tenho duas perguntas:
- Depois de ler esta notícia, alguém fica com dúvidas que ainda há muito para fazer pelo feminismo?
- Os tipos ofendidos por pagar $1 por queque não ficariam mais ofendidos se ganhassem apenas 55% do salário?

Como mentir com a estatística

Não consigo deixar de pensar na quantidade de informação espectacular que este livro tem! (Escusado será dizer que o classifiquei com 5 estrelas no Goodreads...)
Quando acabei de o ler, cheguei à conclusão que são 165 páginas de lições sobre "como ler nas entrelinhas"! Não é preciso ter um mestrado em matemática ou em estatística para perceber o livro, já que o autor explica tudo. A linguagem é simples e os exemplos dados são reais, apesar de um pouco desactualizados, já que a primeira edição deste livro data de 1954.


Depois da ensaboadela de Darrell Huff, nunca mais vai olhar para um gráfico num jornal ou revista da mesma maneira. Nunca mais vai confiar na palavra "média" se não lhe forem dadas mais informações. Enfim, tornar-se-á um leitor mais atento, ou seja, será mais um de uma percentagem ínfima da população que não se deixa manipular pelos meios de comunicação.
Uma leitura a não perder!

Our Shared Shelf - livro de Abril

A Emma já escolheu o livro de Abril.
É o "How To Be a Woman" da Caitlin Moran.
Se não se importarem de o ler em Português do Brasil, o livro está disponível em lelivros.website/?s=Caitlin+Moran



Cartas ao Primeiro Ministro do Canadá



De 2007 até 2011, o conhecido* escritor Yann Martel escreveu ao então Primeiro Ministro do Canadá, Stephen Harper, 2 vezes por mês, sugerindo-lhe livros porque, segundo Martel, "quem quer liderar de forma eficaz deve ler amplamente".
O escritor recomendou todo o tipo de livros a Harper, desde romances a peças de teatro, poesia, filosofia, até mesmo um da colecção Harlequin, porque "cada vez que lemos a última página de um livro, sabemos mais, tanto na forma de conhecimento cru - como o nome de uma arma, por exemplo - como sob a forma de um melhor entendimento."
Já há quem chame a este livro as "101 cartas de amor à literatura", um livro a não perder, sobretudo para os leitores regulares.


*Yann Martel publicou livros como "A vida de Pi" e, mais recentemente, "The high mountains of Portugal"
 

Everyday sexism

Há uns dias fomos jantar com um casal amigo. No momento de pedirmos as bebidas, eles pedem um fino e uma coca-cola, sem especificarem para quem era o quê. Ao chegarem as bebidas, o rapaz que nos atendeu não perguntou para quem era a coca-cola e pô-la diante da miúda que olha para mim e diz "Sempre que pedimos as bebidas em conjunto, dão-me a coca-cola a mim e o fino a ele. Não fico muito tempo a pensar nisto, mas a verdade é que me irrita."
E irrita. Multipliquem isto por 50 e vão chegar à conclusão que irrita mesmo!

Our Shared Shelf, o clube de leitura da Emma Watson

No inicio deste ano de 2016, a Emma Watson criou um grupo de leitura no Goodreads para divulgar o feminismo, chamado Our Shared Shelf. Segundo a própria Emma, o seu trabalho como embaixadora das Nações Unidas para a Igualdade exige que ela se mantenha informada e leia o maior número possível de livros sobre o assunto.
O clube de leitura tem um propósito específico: serve para que os subscritores leiam 1 livro por mês sobre este assunto e que o discutam, através de encontros, grupos de discussão, fóruns, etc... O livro é escolhido pela Emma no início de cada mês (ou no final do mês anterior) e ela faz os possíveis para que os autores participem na discussão do livro. Por exemplo, o primeiro livro a ser discutido foi o "My life on the Road" da Gloria Steinem, em Janeiro, e a Emma conseguiu envolver a autora, entrevistando-a (vídeo disponível aqui).

Se se interessarem pelo assunto, passem pelo grupo de leitura Our Shared Shelf.

Até agora os livros lidos foram:
    Janeiro - "My life on the road" da Gloria Steinem
    Fevereiro - "The color purple" da Alice Walker
e o livro escolhido para Março foi o  "All about love: new visions" da Bell Hooks.

Boas leituras!
 

a piada de um francês

Fiz um curso de primeiros socorros no meu local de trabalho em França. Os primeiros minutos do curso foram para nos apresentarmos e eu... apresentei-me: disse que era portuguesa, que tinha ido fazer o doutoramento para aquele laboratório porque sabia que era um dos melhores da Europa na área que eu queria estudar, e agora estava a contrato.
Começa o curso, primeiros diapositivos, primeiro exemplo. Eu apresento a minha dúvida "o que fazer nesta emergência?" e o formador diz "imaginemos um português a fazer cimento numa obra..." e pisca-me o olho.
Não achei gracinha nenhuma.

neste dia de S. Valentim...

... aprende a gostar primeiro de ti.



Love yourself first and everything else falls into line. - Lucille Ball

The Everyday Sexism Project

retirado do site http://everydaysexism.com/

O projeto Everyday Sexism foi criado para catalogar situações sexistas vividas pelas mulheres diariamente. Desde situações graves, extremamente ofensivas até aquelas que são tão corriqueiras e intrínsecas em nossa cultura que você pode achar desnecessário protestar. O relato pode ser curto ou longo, fale o quanto você quiser, use seu nome ou um pseudônimo . Ao contar sua história você está mostrando para o mundo que sexismo existe sim, que é vivenciado por mulheres todos os dias e é sim um problema para ser colocado em pauta. 

Uma questão de propósito

Este blog já deu muitas voltas. Muitas mesmo! Já foi um blog regular, já foi um blog irregular, já descreveu a minha aventura por terras francesas, já foi um flipcard de fotografias, já teve poemas dos que eu gosto mais…

Mas nunca foi um blog para ficar. Nunca. Porque eu achava que os blogs eram todos uma espécie de diário e sempre me pareceu ridículo que alguém se interessasse pela minha vida. Se eu estivesse a concorrer ao Nobel, seria interessante, mas não. Nada de Nobel por aqui… Relatar a minha vida na net parece-me até de um voyeurismo esquisito, logo eu que tenho uma relação de amor-ódio com a falta de privacidade a que a internet nos expôs.

O blog nunca foi para ficar porque eu nunca encontrei um propósito sério para ele.

Mas conforme o tempo vai passando, a minha vontade de escrever vai aumentando. Escrever, escrever, escrever… Até participei no NaNoWriMo (já ouviram falar?) no último Novembro, mas depois de 10h de trabalho seguidas de tarefas domésticas, tornou-se difícil chegar a casa e escrever 1667 palavras por dia sem adormecer enquanto a sopa ferve...

A minha vontade de escrever reavivou a minha vontade de ler (só no último mês de Fevereiro bati o meu recorde e li 8 livros!), passei a ler blogs relacionados com a escrita criativa em vez de serem blogs de moda e decoração, passei a seguir escritores como o Stephen King e o Brandon Sanderson em podcasts e livros sobre o processo criativo. E todos dizem o mesmo: para se escrever um livro, temos que ler muito e escrever muito. Todos os dias. E eu lembrei-me que há um sitio chamado “Tuanita” no blogger que está parado há anos, por falta de assunto.

Será que chegou a hora de o pôr a uso?